Vida do Zequinha Coutinho - José Ferreira Coutinho Júnior

José Ferreira Coutinho Júnior,  o Ziquinha Coutinho, nasceu no ano de 1862 e faleceu em 1933. Filho de  José Ferreira Coutinho e Maria Leopoldina de São José. 



 CARTA DO VOVÔ ZEQUINHA.



(Tudo foi copiado na íntegra inclusive os erros - Humberto, Patos, 3 de Fevereiro 1967)

Fiz estas lembranças hoje dia 15 de Abril de 1928.
Eu fui nascido a 13 de Janeiro de 1862 na Fazenda do Bom Susseço distrito de Santo Antônio do Monte



                            E Tenho sofrido e muito com meus princípios tão Pobre e com tantos revezes na minha vida.
                                       #
Premero cazamento a 25 de Abril de 1881
Maria naceo a 24 de Janeiro de 1882.
Bertholdo naceo a 18 de outubro 1883.
Mario naceo a 22 de setembro de 1885.
Horozimba naceo a 22 de setembro de 1887.
Cezario naceo 19 de Agosto de 1889.
Dorcelina naceo 12 de Junho de 1891.
Anna naceo a 24 de Agosto 1893.
Amélia naceo a 12 de Julho de 1895.
Jovenilha naceo 28 de Janeiro de 1898.
José naceo a 23 de Abril de 1909.
Falecimento de minha 2ª mulher Maria Cândida Boaventura a 5 de Julho de 1909.
Geralda naceo a 19 de Fevereiro 1911.
3° cazamento com D.Tertuliana a 27 de Agosto de 1910.
Raulina naceo a 13 de outubro 1911.
Ivan naceo a 21 de setembro de 1912 e foi Batizado a 25 de Janeiro de 1913.
Joviano naceo a 19 de Abril de 1915.
Falecimento de D.Tertuliana a 24 de Junho de 1918.

Premera filha do Cezario, Maria naceo a 2 de Julho de 1917.

4° cazamento com Anna foi a 11 de outubro de 1921.
Jovina naceo a 18 de novembro de 1899.
Maria filha de Cândida naceo a 21 de dezembro de 1905.
         Como se fez costume de tratar de Mariquinha.
Maria Ignes faleceo no dia 27 de Junho de 1901.
Cazamento com Maria Cândida Boaventura a 23 de Julho de 1902.     
 Datas importantes na vida do Vovô Zequinha _

Nascimento- 13/01/1862 na Fazenda Bom Sucesso, distrito de Santo Antônio do Monte.
Falecimento- ( após 15/04/1928, data da presente carta).
Casamentos e Falecimento das três primeiras esposas:

1- Com Maria Ignes a 25/04/1881 e falecimento em 27/06/1901.
2- Com Maria Cândida Boaventura a 23/07/1902 e falecimento em 5/07/1909.
3- Tertuliana a 27/08/1910 e falecimento em 24/06/1918.
4- Com Anna a 14/10/1921.
Total de filhos: 13.

Total de filhos de Zequinha Coutinho.

NOVE de seu primeiro casamento com Maria Ignes.
UM de seu segundo casamento que foi com Maria Candida Boaventura.
TRÊS de seu terceiro casamento que foi com TERTULIANA.

JOSÉ MANOEL FALECENDO EM 1905 deixou vinte dois filhos nascido e a TERTULIANA grávida de ALICE total de filhos 23.

No primeiro casamento TERTULIANA teve 10 filhos com José Manoel.
No segundo casamento com Zequinha Coutinho ela teve mais 3 filhos.
Zequinha Coutinho nos dois primeiros casamentos teve 10 filhos.
No total ficaram 23 irmãos. (Mas somente os três filhos de Tertuliana com Zequinha Coutinho é que teve 23 irmãos.)

OBS: TERTULIANA tido 10 filhos com José Manoel,  tinha formado um total de 23 filhos. Com  mais 3 que ela adquiriu com Zequinha Coutinho os seus dez primeiros filhos com José Manoel  passaram a ser 26 irmãos.


                                     

1º da esquerda para direita- Juquinha 
2º da esquerda para direita, sentada- Da. Ana (esposa).
3º da esquerda para direita- Joviano Coutinho.
4º da esquerda para direita- Julia (filha da Da. Anna).
5º sentado- Ziquinha Coutinho.
6º em pé- Raulina Coutinho.
7º criança entre os pais- José Geraldo Coutinho (caçula de Ziquinha).



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Trabalho feito por Marco Antônio Coutinho marcoutinho@gmail.com
Filho de Joviano Coutinho. 


Grupo Familiar Coutinho
TRONCO COUTINHO
ORIGEM

Até onde se pode encontrar informações da família Coutinho a mesma tem origem, no Brasil, em Santo Antônio do Monte, MG.

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O QUE EXISTE LEVANTADO

O Tronco Familiar Coutinho tem início em Manoel Joaquim Ferreira Coutinho, meu tetra-avô, que segundo a historiadora e pesquisadora de Santo Antônio do Monte-MG Dilma Moraes, seria português, conforme relatos de descendentes do mesmo. Teria nascido por volta de 1793, de acordo com o Mapa Populacional dessa localidade, de 1831. 
Esse grupo se relacionou com as famílias Costa Leite, Amorim Araújo (Coelho), Moraes, Silva Canêdo e Braz de Queiroz, sendo estas últimas duas já em São Francisco das Chagas do Campo Grande. 
Os documentos mais antigos aos quais tive acesso foram os Mapas Populacionais de 1831 de Santo Antônio do Monte e de Pedra do Indaiá.
Também tive acesso, por meio de transcrição de Dilma Moraes, aos inventários de David de Amorim Coelho (1846), Antônio Bruno de Moraes (1850), Manoel Joaquim Ferreira Coutinho (1890) e de Maria Cândida de São José (1896).
Além disso, também tive acesso, por meio do Hélio Rezende, a um processo judicial movido por José Ferreira Coutinho Júnior em 1896.
Finalmente, obtive do historiador Orlando Ferreira de Freitas, historiador de Bom Despacho, MG, informações a respeito da família Amorim na região. 




DETALHAMENTO DA ÁRVORE

O português (?) Manoel Joaquim Ferreira Coutinho (1793-1846) foi casado com Thereza de Jesus e Amorim (1804-?), essa natural de Santo Antônio do Monte, MG, filha de David de Amorim Coelho (? – 1846) e de Maria da Conceição de Moraes.

Conforme Orlando Ferreira de Freitas, historiador de Bom Despacho, MG, em seu livro “As Origens de Nova Serrana”, Thereza era neta paterna do português Antônio do Amorim Araújo, natural de Trás os Montes, e responsável pelo surgimento dos Amorim na região. Esse pioneiro se arranchou em território de Nova Serrana e até uma região ganhou seu sobrenome. Era também neta paterna de Rosa Maria da Conceição, filha do sesmeiro Miguel da Costa Leite e de Maria da Conceição (localizados na saída da Mata de Mateus Leme). O casal Antônio e Maria da Conceição teve 9 filhos, dentre eles, David.


Thereza era neta materna de Antônio Francisco de Moraes (1761-1842) e de Plácida Maria (1757-?), residentes em Pedra do Indaiá, próximo a Santo Antônio do Monte.

Abaixo, o registro dos mesmos no mapa populacional de Pedra do Indaiá, de 1831.


Manoel Joaquim e Thereza tiveram 7 filhos em Santo Antônio do Monte, dentre eles José Ferreira Coutinho (1842-1926), que se casou com Maria Leopoldina de São José. Também tiveram 7 filhos, dentre os quais o meu bisavô, José Ferreira Coutinho Júnior (1862-1933), o Ziquinha.

Ziquinha casou-se 4 vezes, e com a terceira mulher, Tertuliana Maria da Conceição (1873-1918), natural de Rio Paranaíba (então distrito de Carmo do Paranaíba), filha de José Júlio da Silva (1836-?) e de Maria Salomé da Conceição, e neta paterna de Gabriel da Silva Canêdo (1802-?) e de Prima Maria da Silva. Tiveram como filho, dentre outros, Ivan Coutinho (1912-1974), que se casou com Elizeta Braz de Araújo (1918-1995). Tiveram 4 filhas: Maria Laura Coutinho, Laudiene Maria Coutinho Vieira  - minha mãe - que se casou com Oswaldo Vieira, Maria Alice Coutinho Gontijo, que se casou com Júlio do Couto Gontijo, cujos filhos são Júlio César Coutinho Gontijo e Marco Antônio Coutinho Gontijo e Rosana Aparecida Coutinho Bernardes, casada com Aristeu Bernardes de Assis Neto, com os filhos Renato Antônio Coutinho Bernardes e Henrique de Assis Coutinho Bernardes.   

Laudiene Maria Coutinho Vieira, nascida em 1943 casou-se com Oswaldo Vieira (1941-1974), meu pai e tiveram os seguintes filhos:

 

Fausto casou-se com Cynthia Cássia da Costa Silva Vieira e até agora tem a filha Ana Luíza da Costa Vieira Coutinho.

Fernando casou-se com Viviane de Melo Almeida Vieira e até agora tem o filho Pedro de Almeida Vieira.

 

 

curiosidades

Para Manoel Joaquim Ferreira Coutinho, meu tetra-avô, quase não existem registros. Na verdade, foi graças à descoberta, pela historiadora Dilma Moraes, de Santo Antônio do Monte, do inventário do sogro dele, o David de Amorim Coelho, que foi possível encontrar o seu nome pela primeira vez.

Abaixo a transcrição do resumo desse inventário:

“Inventário de 1846: David de Amorim Coelho e Maria da Conceição de Moraes. Ele faleceu a 11-10-1831 e ela 25-10-1846. Nessa época, o arraial de Santo Antônio do Monte pertencia ao Termo e Freguesia de São Bento do Tamanduá (Itapecerica), Comarca do Rio Grande. Os filhos do casal eram:

1- Francisco Prudêncio d'Amorim, casado

2- Victória, casada com Lourenço Rodrigues Galvão

3- Rosa, casada com Reinério José do Carmo

4- Maria, casada com José Manoel de Castro

5- Anna, casada com Pedro José Vieira

6- David Prudêncio d'Amorim, casado

7- Thereza, que foi casada com Manoel Joaquim Ferreira Coutinho, falecido depois do sogro, e deixou os seguintes filhos:

   1- Francisco Ferreira Coutinho, solteiro, 23 anos

   2- João, solteiro, 21 anos

   3- Manoel, 18 anos

   4- Maria Rosa, 14 anos

   5- Maria da Conceição, 12 anos

   6- Maria da Glória, 8 anos

   7- José, 6 anos (meu trisavô)

Dentre os bens deixados pelo casal estavam:

·         1 fagote aparelhado, de prata, em poder do herdeiro David, avaliado em 7$000;

·         1 banda das antigas ordenanças 5$000;

·         1 chapéu armado 2$400 (em poder de David);

·         uma farda do mesmo uniforme 4$000 (tudo da Guarda Nacional);

·         1 par de esporas de prata com o peso de 56 oitavas 13$440;

·         6 pares de talheres de prata com o peso de 164 1/2 oitavas 42$480;

·         10 escravos;

·         1 fazenda no Retiro do Pântano com 118 1/2 alqueires de culturas avaliados em 2:607$000, 707 1/2 alqueires de campos avaliados em 537$500, 1 casa de morar, moínho, 1 pequena cozinha, tudo coberto de telhas, e monjolo coberto de capim, quintal e currais cercado de aroeiras 250$000, 1 casa na frente do sítio 70$000, o engenho com casa coberta de telhas 170$000.

À página 15 do inventário consta uma procuração da viúva Thereza de Jesus e Amorim, de Manoel Joaquim Ferreira Coutinho, constituindo como procuradores Francisco Ferreira Coutinho e Antônio Vicente Campos.”

Até então, acreditava-se que o Manoel Joaquim Ferreira Coutinho, filho homônimo, é que era o primeiro Ferreira Coutinho a por os pés em Samonte (como o pessoal de lá gosta de chamar a cidade), afirmando-se, inclusive, que seria português. Essa informação consta, até mesmo, do livro de Dilma chamado “Famílias que construíram a história de Santo Antônio do Monte”, de 1997.

Outro registro do mesmo foi o apresentado anteriormente, em que ele, com a família, aparecem no mapa populacional da localidade.

Novas informações, agora referentes aos familiares de Thereza de Jesus Amorim, foram encontradas em outro inventário estudado por Dilma Morais, cujo resumo informo a seguir:

“Os descendentes de Maria da Conceição de Moraes constam do inventário de Antônio Bruno de Moraes (+1850: casado e sem filhos). Ela seria sua irmã e filhos de Antônio Francisco de Moraes (+27-5-1842, já viúvo) e de Plácida Maria. Os outros irmãos eram:

José de Moraes Ferreira (Invent. 1848: casado com Bárbara Francisca de "Alemoa"; um de seus filhos morava na Bahia),

Manoel Joaquim de Moraes,

Francisca Maria de Moraes,

Anna Joaquina de Moraes,

Maria Ferreira de Moraes (*1746 +13-9-1818), casada com José Rodrigues da Silva,

Francisco Antônio de Moraes (*1774 +22-9-1828), casado com Anna Maria de Jesus. Este foi enterrado na Capela de Nossa Senhora da Conceição do Termo de São Domingos do Araxá, Bispado de Goiás.

Os outros irmãos viveram e morreram na Pedra do Indaiá, localidade próxima de Santo Antônio do Monte. Um filho de José de Moraes Ferreira (Joaquim de Moraes) vivia no arraial do Campo Grande, Termo da Comarca da Vila de Três Pontas.

Esse Antônio Bruno era Guarda-Mor. Deixou terras, muito dinheiro e 30 escravos.

É interessante observar que: as mulheres possuíam sobrenome e que alguns são citados como pardos, "párvulos", de "cor escura", aparecem alguns apelidados "alemão".”

Um dos irmãos do meu trisavô José Ferreira Coutinho, cujo nome era idêntico ao do pai, o Manuel Joaquim Ferreira Coutinho, foi uma pessoa de muitas posses em Santo Antônio do Monte, conforme pode ser visto na transcrição abaixo do capítulo reservado aos Coutinhos, do livro “Famílias que construíram a história de Santo Antônio do Monte”, de Dilma Moraes:

“O coronel Manoel Joaquim, senhor de muitos escravos e grande comerciante local, residia no Largo da Matriz, numa casa com quintal murado e curral ao lado, avaliada em 4:000$000 (quatro contos de réis)...”

Abaixo, transcrevo o resumo dos inventários desse coronel e de sua mulher.

“Inventário de 1890: MANOEL JOAQUIM FERREIRA COUTINHO (+18-7-1890, aos 60

anos). A inventariante é a viúva, Maria Cândida de São José.

Filhos:

1- Francisco Cecílio Coutinho, casado, resid. S.A. Monte

2- Maria Amélia Coutinho, casada com Belchio Baptista dos Santos

3- Maria Petrolina Coutinho, casada com Pedro Alexandrino da Silva, residente em Aterrado

4- Manoel Agenor Coutinho, casado, resid. S.A. Monte

5- Gandulpho Coutinho, casado, resid. S.A.Monte

6- Sertório Coutinho, casado, resid. S.A. Monte

7- Alcina Maria Coutinho, casad com Dionízio Baptista Leite, resid. Aterrado

8- Nicholsina Amélia Coutinho, 11 anos.

Deixou muitos bens na zona urbana, nos arredores da cidade e fazendas, além de uma casa comercial bem montada, 1 piano Wendeislaufer avaliado em 800$000. O montante líquido foi avaliado em 41:300$000, uma fortuna para a época.”

“” Inventário de 1896: Maria Cândida de São José (+ 5-3-1896) O inventariante foi o filho: Francisco Cecílio Coutinho.

Detalhes novos: Maria Amélia aparece como: casada e divorciada de seu marido Belchior Francisco dos Santos; Alcina, casada com Dionísio estavam em lugar não sabido porque ele havia assassinado alguém em Dores do Indaiá; Nicolsina havia se casado, aos 16 anos, com Procópio Alves Milagres, também com 16 anos. O Montante líquido Partível era no valor de 16:793$953 e cada herdeiro recebeu 2: 099$244”.

José Ferreira Coutinho:

Mudou-se, em data incerta, de Santo Antônio do Monte para a região de Abaeté dos Mendes, em Rio Paranaíba. Ele possuia a fazenda Abaeté de Cima (com sede em Pouso Alegre) em São Francisco das Chagas (Rio Paranaíba), que foi distrito do Carmo de 1875 a 1911. Essa fazenda fazia fronteira com as fazendas de seus filhos, José Ferreira Coutinho Júnior, Francisco Ferreira Coutinho e Manoel Ferreira Coutinho com quem José era sócio na fazenda.

Teve 7 filhos, mas somente consegui apurar o nome de 4 deles:

    


Abaeté dos Mendes hoje é distrito do Rio Paranaíba, com sede no povoado de Pouso Alegre.

Morreu aos 84 anos, viúvo, dormindo, no local de São Bartolomeu, distrito de Carmo do Paranaíba, e foi enterrado no cemitério do Carmo. Era católico.

A sua mulher entre 1909 e 1926.

A seguir, apresento documento em que José Ferreira Coutinho e sua mulher, Maria Leopoldina de São José, fazem uma declaração a respeito de uma venda de terras. Há a assinatura de José, e a rogo de sua mulher, pois a mesma não sabia ler nem escrever, conforme se declara no texto.

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

José Ferreira Coutinho Júnior:

O Vô Ziquinha, durante a vida, casou-se 4 vezes. Era caixeiro-viajante e fazendeiro, e conseguiu construir um bom patrimônio no decorrer do tempo.

Quando ainda residente no distrito de São Francisco das Chagas (Rio Paranaíba) entrou com ação divisória, para promover a divisão e demarcação em 30/3/1909, da fazenda Abaeté dos Mendes, situada nos distritos de S. Francisco das Chagas e São Gotardo, e havida por compra a diversos, por não concordar com as divisas de então. Ele teve homologada a nova divisão judicial em 13/02/1913. Nesse ínterim perdeu a segunda esposa (06/1909) e se casou com a terceira, Vó Tertuliana. Ele também possuía nessa época a fazenda Bom Sucesso dos  Arrependidos, que fazia fronteira também com essa outra fazenda do Abaeté dos Mendes.

Francisco Ferreira Coutinho e Manoel Ferreira Coutinho eram seu irmãos e vizinhos de fazenda. Todos nasceram em Santo Antônio do Monte. Também era seu vizinho o seu pai, José Ferreira Coutinho.

Vários dos filhos de Ziquinha possuíam partes de terra nessa mesma região, confrontando com as terras dele.

Abaixo, a assinatura dele, em uma página do processo mencionado acima, junto com a de outra parte.


Além de fazendeiro desempenhou, também, a profissão de caixeiro-viajante (ou capitalista, ver abaixo), onde era encarregado dos negócios de várias casas ou ramos.

Teor da declaração de óbito dele:

"Aos dezoito dias do mez de maio de mil novecentos e trinta e tres, nesta cidade de Carmo do Paranaíba, comarca de mesmo nome, Estado de Minas Gerais, em cartório de Paz, compareceu Voriques do Couto, a respeito de seu sogro, que faleceu como abaixo se declara, em presença das testemunhas, abaixo assinadas, apresentou-me o atestado medico sob o mesmo falecimento, o qual vai abaixo transcrito e disse o seguinte: que no dia de hoje, às nove horas, nesta cidade, em domicílio, faleceu José Ferreira Coutinho Júnior, com setenta e dois anos de idade, natural de Santo Antônio do Monte e residente nesta cidade, casado, capitalista, casado com Dona Ana Maria de Jesus, só religiosamente e não civilmente, em quarto matrimônio, filho legítimo de José Ferreira Coutinho e de Dona Maria Leopoldina de Jesus (na verdade era de São José), já falecidos; sendo o mesmo casado em terceiro matrimônio com Dona Tertuliana Maria da Conceição, o qual é do sexo masculino, de cor branca, tendo o mesmo, deixado testamento, deixando quatorze filhos legitimos de maior e menor idades, sendo um falecido, o qual chamava-se Mário Ferreira Coutinho e um outro, que é do último casamento, de Ana Maria de Jesus, tendo sido legitimado e bens sujeito ao imposto causa mortis, no valor aproximado de cem contos de reis (100:000$000) ficando estes, em poder de seu filho, Cesário Ferreira Coutinho, residente nesta cidade. O atestado médico contém o seguinte: Atesto o óbito de José Ferreira Coutinho Júnior, de 72 anos de idade, natural de Santo Antônio do Monte e residente nesta cidade, ocorrido hoje, em consequência de gripe nervosa. Carmo do Paranaíba, 18 de maio de 1933. Doutor Acrisio de Queiroz Cardoso. Está conforme, do que possa constar, lavrei este termo, o qual vai assinado, tudo depois de lido e achado conforme."

Capitalista podia ser naquela época quem emprestava dinheiro a juros, mesmo um agiota, mas comumente eram pessoas que faziam intermediação de negócios, muito comum naquela época, e recebiam comissões. Essas comissões pagas em espécie faziam com que tais pessoas fossem muito procuradas pra empréstimos, já que grande parte de quem vivia naquela tinha mais bens do que capital.

A intermediação de negócios variava muito, o tal negócio podia ser um bem a ser comprado na capital ou importado, ou ainda consignado. Era comum os capitalistas serem pessoas que viajavam. Ainda existiam aqueles que herdaram fortunas e procediam de modo parecido. Eram como banqueiros de pequena escala. fonte: arquivos IHGB

Ziquinha deixou uma caderneta de anotações, onde fez um pequeno resumo de sua vida, conforme pode ser lido abaixo.

Trechos da caderneta do Vovô Ziquinha (Tudo foi copiado na íntegra inclusive os erros- Humberto, Patos, 3 de Fevereiro 1967).

“Fiz estas lembranças hoje dia 15 de Abril de 1928.

Eu fui nascido a 13 de Janeiro de 1862 na Fazenda do Bom Susseço distrito de Santo Antônio do Monte.

E Tenho sofrido e muito com meus princípios tão Pobre e com tantos revezes na minha vida.

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Premero cazamento a 25 de Abril de 1881

Maria naceo a 24 de Janeiro de 1882.

Bertholdo naceo a 18 de outubro 1883.

Mario naceo a 22 de setembro de 1885.

Horozimba naceo a 22 de setembro de 1887.

Cezario naceo 19 de Agosto de 1889.

Dorcelina naceo 12 de Junho de 1891.

Anna naceo a 24 de Agosto 1893.

Amélia naceo a 12 de Julho de 1895.

Jovenilha naceo 28 de Janeiro de 1898.

José naceo a 23 de Abril de 1909.

Falecimento de minha 2ª mulher Maria Cândida Boaventura a 5 de Julho de 1909.

Geralda naceo a 19 de Fevereiro 1911.

3° cazamento com D.Tertuliana a 27 de Agosto de 1910.

Raulina naceo a 13 de outubro 1911.

Ivan naceo a 21 de setembro de 1912 e foi Batizado a 25 de Janeiro de 1913.

Joviano naceo a 19 de Abril de 1915.

Falecimento de D.Tertuliana a 24 de Junho de 1918.

Premera filha do Cezario, Maria naceo a 2 de Julho de 1917.

4° cazamento com Anna foi a 11 de outubro de 1921.

Jovina naceo a 18 de novembro de 1899.

Maria filha de Cândida naceo a 21 de dezembro de 1905.

Como se fez costume de tratar de Mariquinha.

Maria Ignes faleceo no dia 27 de Junho de 1901.

Cazamento com Maria Cândida Boaventura a 23 de Julho de 1902.”

Abaixo, apresentou a última casa em que o Ziquinha morou.


 


A seguir, apresento esquematicamente a família do Ziquinha, com as 4 esposas, além da árvore da Vó Tertuliana, que ao se casar com Ziquinha, era viúva e mãe de 10 filhos, do casamento anterior com José Manoel da Silva.


Abaixo, o registro do casamento de Ziquinha com a Vó Tertuliana:







Vô Ivan e tio Dudu:


A saga dos Coutinhos em Portugal, no Brasil e no mundo:

Conforme informa o Dicionário das Famílias Brasileira, de Cau Barata, o sobrenome Coutinho tem início em Garcia Rodrigues, rico-homem de Portugal e grande servidor de D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal, em 1128, que premiou sua lealdade, fazendo-lhe doação do couto de Leomil e por isso chamavam ao citado Garcia Rodrigues, “O Couteiro”, derivando-se desta alcunha o sobrenome Coutinho (Anuário Genealógico Latino, I,36). Era filho de D. Rodrigo, Fidalgo galego, que passou a Gasconha quando os mouros invadiram a Galiza. Felgueiras Gayo o faz quarto avô de Fernão Martins da Fonseca Coutinho, bom Cavaleiro, Sr. do Couto de Leomil e o primeiro que aparece com este sobrenome, perpetuado em seus descendentes, por via do seu cas. com Tereza Pires Varella (Gayo, Coutinhos, Tomo X, §, 10).

Diversos ramos destes Coutinhos e Fonsecas passaram ao Brasil no século XVI: notavelmente os Coutinhos da capitania do Espírito Santo (e depois do Rio), e os Fonsecas Saraivas da Bahia.

Alguns descendentes famosos dessa família, e que vieram para o Brasil, foram: 1) Vasco Fernandes Coutinho (V), que foi donatário da Capitania do Espírito Santo em 1535, e cuja neta, Maria de Melo Coutinho casou com o capitão Marcos de Azeredo, e teve como filhos os primeiros Azeredos Coutinhos, família muito conhecida no Brasil; 2) Francisco Pereira Coutinho, donatário da Bahia, que a recebeu em 1535; tinha lutado nas Índias, antes de passar ao Brasil.C.c. Margarida de la Cerda, sua prima, filha de Reimão Pereira de la Cerda. Morreu empobrecido, arruinado, no Brasil.

Também nos séculos posteriores várias ramos continuaram a se fixar no Brasil.

O já mencionado Dicionário das Famílias Brasileiras cita inúmeras famílias com esse sobrenome estabelecidas no Rio de Janeiro, mas além dessas várias outras também podem ser encontradas.

No site de Genealogia Mineira GeneaMinas (www.geneaminas.com.br) informa-se que foram identificados 19 grupos familiares sem vínculos entre si, e que utilizam o sobrenome Coutinho.

Informam, ainda, que embora ainda não tenham sido identificados vínculos entre esses grupos, é possível que este vínculo exista.

Apresento, abaixo, estes grupos, a partir da primeira pessoa ou dos primeiros irmãos que utilizaram o sobrenome, ordenados de acordo com a quantidade de pessoas que fazem parte de cada grupo, e que preservaram o sobrenome.

São mostradas, ainda, as cidades em que mais ocorreram nascimentos, dentro das pessoas pertencentes a cada grupo.

Grupo

Origem

Número de pessoas

Cidades onde nasceram pessoas com sobrenome Coutinho

Grupo 1

Descendência de
Estevão Martins Coutinho

67

Portugal (7 ocorrências)
Espírito Santo (6 ocorrências)
Rio de Janeiro (3 ocorrências)
Diamantina (2 ocorrências)
Niterói (2 ocorrências)
Ouro Preto (2 ocorrências)
Serro (2 ocorrências)
Itaboraí (1 ocorrência)
Marapicuru (1 ocorrência)
Suruí (1 ocorrência)

Grupo 2

Descendência de
Alan Kardec Coutinho

6

Belo Horizonte (2 ocorrências)
Caratinga (1 ocorrência)

Grupo 3

Descendência de
Sebastião Martins Coutinho

4

 

Grupo 4

Descendência de
Salvador Coutinho

3

 

Grupo 5

Descendência de
Júlio Maria de Aguilar Coutinho

3

Diamantina (1 ocorrência)

Grupo 6

Descendência de
Maria Coutinho

2

 

Grupo 7

Descendência de
Elce Coutinho Aguiar da Fonseca

2

Belo Horizonte (1 ocorrência)

Grupo 8

Descendência de
Jorge de Sousa Coutinho

1

 

Grupo 9

Descendência de
José Coutinho de Sousa

1

 

Grupo 10

Descendência de
Maria do Carmo de Azeredo Coutinho

1

 

Grupo 11

Descendência de
José Coutinho Ferreira de Andrade

1

 

Grupo 12

Descendência de
Maria Salomé de Azevedo Coutinho

1

 

Grupo 13

Descendência de
Anna da Cunha Coutinho

1

 

Grupo 14

Descendência de
Maria de Lourdes Coutinho de Magalhães

1

 

Grupo 15

Descendência de
Guilhermina Coutinho

1

 

Grupo 16

Descendência de
João Gonçalves Coutinho

1

 

Grupo 17

Descendência de
Amália Coutinho de Paiva

1

 

Grupo 18

Descendência de
Josefina Emília Villas Bôas Coutinho

1

 

Grupo 19

Descendência de
Guiomar Maria De Castro Coutinho E Azevedo

1

 

 

Além disso, também por toda a Europa os Coutinhos se espalharam, sendo que se pode encontrar esse sobrenome nos mais variados países, como por exemplo na Holanda, conforme pode ser buscado no site www..rootsweb.ancestry.com, onde uma pesquisa retornou 1157 registros com o sobrenome Coutinho, espalhados pelo mundo inteiro:

Nome

Nasc

Local

Falec

Auschwitz, Poland

Coutinho, Abigael

13 Out 1876 

Amsterdã, Holanda 

3 Dez 1942 

Auschwitz, Polônia 

 Has no children

Pai: Mordechai Coutinho  Mãe: Simha Solomon Delmonte  Marido: Emanuel Emanuel Henriques de la Fuente 

 

Essa Abigael, com toda certeza, era judia, e faleceu no Campo de Concentração de Auschwitz, o que mostra que os judeus também adotaram o sobrenome “Coutinho”, em algum momento do passado, quando de sua perseguição pelos reinos católicos europeus e sua conversão forçada à fé cristã.

Recentemente, o Arquivo Nacional, vinculado à Presidência da República, disponibilizou o site “Movimentação de Portugueses no Brasil (1808 a 1842)”, com 64.194 registros colhidos nos códices do fundo documental “Polícia da Corte”. Este fundo, cuja documentação data de 1808 a 1880, contém matrículas de embarcações de frete empregadas no serviço da baía do Rio de Janeiro, registro de escravos e africanos livres, bem como autos de visitas a navios entrados no porto do Rio de Janeiro, matrículas de estrangeiros e apresentação e legitimação de passaportes. No que se refere aos imigrantes portugueses, a documentação do fundo permite resgatar informações sobre a sua entrada, saída e movimentação interna no Brasil, no período de 1808 a 1842 e que permite uma busca com retorno de várias informações.

Esse período seria justamente aquele com maior probabilidade de se encontrar a entrada de Manoel Joaquim, caso fosse realmente português e tivesse vindo com pelo menos 18 anos, o que daria 1808, para o Brasil.

Dentre os 120 registros para o sobrenome “Coutinho”, infelizmente, nenhum registro foi encontrado para o nome “Manuel Joaquim Ferreira Coutinho”. Encontrei um registro “Manuel Joaquim Coutinho”, o qual transcrevo a seguir:





Esse registro, de 1822, mostra o português Manuel Joaquim Coutinho indo, com a família (mulher, filho e sogra) para Lisboa. Teria sido o meu tetra-avô, que após essa viagem por algum motivo voltou ao Brasil e formou nova família em Santo Antônio do Monte? Estimo que tenha se casado com Thereza de Jesus Amorim em 1823/24, portanto essa é uma possibilidade remota.

De qualquer forma, os registros dessa base se concentram muito a partir de 1822, quase não havendo registros entre 1808 e 1822, período de maior probabilidade de ter sido o da vinda do Manoel Joaquim, caso ele realmente tenha sido português.

Grupo Familiar Coutinho

ramo SILVA CANÊDO

origem

Até onde se pode encontrar informações do ramo Silva Canêdo o mesmo tem origem em São Francisco das Chagas do Campo Grande, atual Rio Paranaíba-MG.

informações gerais sobre o que existe levantado

Foi possível se chegar até meu tetra-avô, Gabriel da Silva Canêdo e sua mulher, Prima Maria da Silva, por meio do mapa populacional de São Francisco das Chagas do Campo Grande de 1839.

esquema dO RAMO

 



 

 

DETALHAMENTO DO RAMO

Gabriel da Silva Canêdo, nascido em 1802, casou-se com Prima Maria da Silva, nascida em 1806. Dentre os filhos que tiveram está José Júlio da Silva, nascido em 1836, que se casou com Maria Salomé da Conceição, sendo que ambos eram de São Francisco das Chagas do Campo Grande. Desse casamento nasceu, nessa mesma localidade, Tertuliana Maria da Conceição, em 1873, que se casou, em primeiras núpcias, com José Manuel da Silva, e, após enviuvar em 1905, com José Ferreira Coutinho Júnior, em 1910.

CURIOSIDADES

Poucas são as informações disponíveis a respeito de Gabriel da Silva Canêdo. As duas únicas que foi possível encontrar são o seu aparecimento na lista de habitantes de São Francisco das Chagas do Campo Grande, em 1838 e na lista de Guardas Nacionais de 1852, conforme pode ser visto a seguir:

Mapa Populacional de 1838:


Lista de cidadãos da Guarda Nacional de 1852:


O José Júlio aparece também, com renda de seu pai.


A Vó Tertuliana não sabia ler nem escrever, era dona de casa. Quando casou com Ziquinha os seus pais já eram falecidos, isso em 27/8/1910.

Ela casou-se duas vezes. A primeira vez foi com José Manuel da Silva, que já havia casado 3 vezes e já tinha 13 filhos dos casamentos anteriores.

 

 

 

 

 

 

Do casamento com José Manuel nasceram 10 filhos:

       

1º – GUSTAVO JOSÉ DA SILVA nasceu em 1888. Casou-se por duas vezes, o primeiro foi com INÁCIA ALVES DE OLIVEIRA, e o 2° com sua cunhada, GRAZIELA FELICIA DE OLIVEIRA irmã de INÁCIA. Suas esposas era irmã de sua cunhada MARIA ALVES DE OLIVEIRA esposa de seu irmão FIRMINO (do terceiro casamento) e de DOMINGAS ALVES DE OLIVEIRA que também era esposa de seu outro irmão CÂNDIDO JOSÉ DA SILVA (CANDINHO). (do primeiro casamento de seu pai).

 

2º - MARIA JOSÉ DA CONCEIÇÃO (Tia Santa). Casou-se com LÁZARO FRANCISCO DA SILVA.

3º - BERNADINA MARIA DA CONCEIÇÃO casou se com ANTÔNIO FRANCISCO DA SILVA.

4º - JOÃO JOSÉ DA SILVA (João Mariquinha) que se casou com MARIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO.

5º - CASSIANO JOSÉ DA SILVA casou com FELÍCIA TEODORO DA        CRUZ.

6º - CRISTIANO JOSÉ DA SILVA casou com MARIQUINHA  COUTINHO.

7º - JOSÉ MANOEL FILHO (Ziquita) casou com ISAURA TEODORO DE MENESES.

8º - LAURA MARIA DA CONCEIÇÃO casou com CESÁRIO           COUTINHO.

9º - MARIA CLARA DA CONCEIÇÃO casou com LÁZARO DE DEUS VIEIRA.

10º - ALICE MARIA DA CONCEIÇÃO casou com JUQUINHA COUTINHO.

 

O José Manoel da Silva faleceu em 20/06/1905, deixando a Vó Tertuliana grávida de “ALICE”.      

Assim, quando a Vó Tertuliana casou-se com Ziquinha formou-se uma família composta dos 12 primeiros filhos dele mais 10 filhos dela. Com Ziquinha teve mais três filhos:

 

1º - RAULINA COUTINHO nascida em 13/10/1911

2º - IVAN COUTINHO nascido em 21/09/1912

3º - JOVIANO COUTINHO nascido em 19/04/1915

 

Assim, a família, ao final de 1915, já contava 25 filhos, fora os 13 enteados da Vó Tertuliana. O interessante é que surgiram uniões entre alguns dos filhos anteriores da Vó Tertuliana e filhos de Ziquinha de casamentos anteriores, conforme se viu acima:

Dois dos filhos de TERTULIANA vieram a se casar com dois filhos de ZIQUINHA COUTINHO:

 

LAURA com CESÁRIO COUTINHO.

ALICE com JUQUINHA COUTINHO.

 

Tertuliana Maria da Conceição faleceu em 1918.

A família de Ziquinha aumentou ainda em mais um membro, do quarto casamento de Ziquinha, sendo que a conformação final dessa família atingiu 26 membros.

Não foi encontrada nenhuma foto dela, mas por intermédio do Marco Antônio Coutinho, filho do tio Dudu, foi possível obter a foto de Jerônimo José da Silva, irmã da Vó Tertuliana, apresentada abaixo.


 


 

De forma proposital, coloquei a foto acima, que é a capa do livro “Senador Canêdo: Vida e obra”, de Coelho Vaz, uma biografia do Senador Antônio Amaro da Silva Canêdo, que nasceu no município goiano de Bonfim, hoje Silvânia, a 70 km de Goiânia, no dia 15/01/1844, filho legítimo de alferes Jose da Silva Canêdo e de Elisiária de Mello Alves, ambos mineiros, mas não se sabe de qual cidade.

Em minhas buscas pela família Silva Canêdo acabei encontrando 4 grupos de famílias Silva Canêdo, uma em Portugal e 3 no Brasil, além da linha de Gabriel, e que ainda não foi possível encontrar as devidas conexões.

A primeira delas refere-se à Santo Antônio do Monte. Pelo site dos Mórmons (Family Search) encontrei uma família Silva Canêdo nessa localidade:

Pedro Couto Pereira casado em 1800 com Angélica da Silva Canêdo, nascida em 1780 em S.A. do Monte. Tiveram como filha, em 1803, Cândida da Silva Canêdo. Essa Cândida poderia ser, assim, irmã ou prima de Gabriel.

A segunda refere-se à família do Senador Canêdo. Antônio Amaro da Silva Canêdo, nascido em 1844, filho de José da Silva Canêdo e de Elisiária de Mello Alves, mineiros. Esse senador era mais ou menos contemporâneo do José Julio, filho do Gabriel. Portanto o pai do senador deve ter sido mais ou menos contemporâneo do Gabriel, e assim ambos, Gabriel e José, poderiam ser irmãos ou primos.

O senador, conforme a biografia, faleceu jovem, com pouco mais de 50 anos, na cidade do Rio de Janeiro, então Capital do Brasil, exercendo o cargo de Senador (foi o primeiro senador de Goiás e o seu nome consta como um dos senadores que subscreveram a primeira Constituição Brasileira da República), vítima de febre amarela.

A terceira refere-se a uma tradicional família estabelecida em Barbacena, conforme abaixo:


Essa família teve alguns personagens de destaque, a começar pelo advogado e/ou capitão português José da Silva Canêdo, que foi figura ilustre. Encontrei em um site de Paracatu (Raposa da Chapada) que eles viveram lá, e o filho também seria de lá, apesar de também ter encontrado em um livro (“Raízes mineiras e cearenses”, de Waldemar Alves Pequeno) que o mesmo seria de Barbacena. A tradicional família Carneiro Leão de fato fez essa mudança de Paracatu para Barbacena, então talvez daí tenha surgida a confusão.

O Manoel José, filho dele, foi Comendador e Conselheiro dessa cidade, e pela idade ESTIMADA poderia ter sido irmão ou primo do Gabriel. Um dos filhos do Manoel José, Antônio Augusto da Silva Canêdo, foi o 1º Juiz de Direito nomeado para a recém criada Comarca de Muriaé, em 1862 e lá permaneceu 16 anos, até 1878.

O Dr. Antônio Augusto da Silva Canêdo era também Deputado Provincial, e dividia assim o seu tempo:

De 1863 a 1865: ele passava entre Muriaé e Ouro Preto, onde funcionava a Assembléia Provincial.

De 1868 a 1874, ele estava sempre na Corte exercendo seu mandato de Deputado ao Parlamento Brasileiro.

Em 1873. o Dr. Antônio Augusto da Silva Canêdo foi nomeado Desembargador para a Província de Goiás.

Assim, pela semelhança do nome dele com o do Antônio Amaro acabou-se por gerar uma confusão, que se refletiu até mesmo na quarta família que encontrei dos Silva Canêdo, de Portugal.

A quarta família encontrada foi a de Portugal, por meio da obra de Fernando de Castro da Silva Canêdo intitulada “FAMÍLIAS CANEDO E TEIXEIRA GUIMARÃES DA VILA DA FEIRA”, que apresenta a genealogia inicial da família da seguinte maneira:

Nessa obra o autor informa que o primeiro a passar para o Brasil dessa família foi o António da Mota, sendo que dessa forma o Gabriel poderia ser filho do mesmo, bem como o José, pai do senador Antônio Amaro. Depois de António Amaro, apenas descendentes do José da Silva é que vieram a passar para o Brasil, e dessa maneira não existe possibilidade de conexão com os 2 outros grupos familiares brasileiros que encontrei, pois:

Para o primeiro grupo, de Santo Antônio do Monte: Angélica da Silva Canêdo nasceu em 1780, em Santo Antônio do Monte. Mesmo que não fosse dessa localidade, precisaria ser também filha do Domingos da Mota. O autor português não informa qualquer Angélica para esse caso.

Para o tradicional grupo familiar de Barbacena: O grupo se inicia no casal português formado pelo advogado e/ou capitão José da Silva Canêdo e Angélica Neto da Silva (casamento c. 1792), que teve como filho o Manoel José da Silva Canêdo. Como esse mesmo Manoel José casou-se com uma mulher nascida por volta 1800, a Balbina Honorina Severina Augusta (Carneiro Leão), e teve uma filha em 17/08/1814, chamada Guilhermina (Teodolina) Augusta Canêdo, o mesmo necessariamente deve ter nascido por volta de 1790/96, e assim o ano de nascimento de seu pai vai para 1770/78, sendo assim da mesma faixa etária dos filhos de Domingos da Mota, António e José.

Como o autor português informa que o José filho de Domingos nunca veio ao Brasil (inclusive porque ficou preso em Portugal durante um bom período), e se casou em 1803 com a D. Joana Emília Rosa Teixeira não é possível concluir-se que o mesmo era o José pai do Manoel José de Barbacena. A única forma, então, seria que ele também fosse um outro filho de